A eficiência alimentar aumenta o consumo de alimentos volumosos?

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Fato. Vacas com alta eficiência alimentar têm uma menor ingestão de ração, mas ainda assim alcançam a mesma produção.

Isso quer dizer que o produtor deve se concentrar em vacas que precisam de uma ração concentrada relativamente alta?

Não necessariamente. É o que diz Roel Veerkamp, professor e pesquisador do grupo Animal Breeding and Genomics, em Wageningen Livestock Research.

Segundo ele, os agricultores que focam na eficiência alimentar também utilizam alimentos volumosos. Para entender mais sobre o assunto, vamos jogar a bola para o professor. Confira a pesquisa na íntegra abaixo.

Qual a importância da eficiência alimentar?

É através deste importante índice que conseguimos verificar se a alimentação fornecida atende ou não as exigências nutricionais específicas de um animal.

O resultado permite traçar estratégias e fazer mudanças que possam melhorar a eficiência alimentar dos animais, e isso engloba fatores de manejo, de ambiente (diretamente ligados à digestibilidade), e de alimentação, claro.

Vacas com uma boa eficiência alimentar permitem uma produção de leite mais econômica e, de quebra, ainda geram um menor impacto ambiental. Mas a criação de vacas eficientes também é um assunto controverso”, observa Roel.

Será que estamos selecionando vacas que precisam de uma ração concentrada de alto valor energético para alcançar as metas de produção de leite? Será que realmente não precisamos de vacas com a capacidade de absorver muita forragem?”, é como a Veerkamp resume duas perguntas frequentes.

Diferenças no consumo de ração

Para responder a essas perguntas, o pesquisador e outros colegas analisaram dados sobre o consumo de ração, a condição corporal, o peso e a produção de leite de 3.164 vacas coletadas em fazendas de Wageningen, nos Países Baixos.

Primeiramente, eles calcularam e definiram características diferentes para os animais. Para as vacas, os profissionais definiram a chamada Capacidade Extra de Ingestão de Alimento (CEIA).

Basicamente, a CEIA é a diferença entre o consumo de ração medido e o consumo de ração esperado de uma vaca com base no valor e no status de saciedade da dieta do animal, levando em consideração a idade e o estágio de lactação.

Vacas com uma alta pontuação para esta característica têm um consumo de ração maior que a média", explica Veerkamp.

Os pesquisadores também definiram uma característica para a Alimentação Não Ingerida (ANI) para todas as vacas.

Ou seja, a diferença entre o consumo esperado (consumo total de matéria seca) com base na produção de leite e o consumo real de ração.

De maneira geral, bovinos com um resultado positivo após esse cálculo precisam de menos alimentação do que a média para a mesma produção de leite. Assim, eles convertem o consumo de ração de forma relativamente eficiente em produção de leite", explica o professor.

Alimentação extra nem sempre é sinal de leite extra

As vacas que comem mais dão mais leite em média", confirma Veerkamp. Mas essa produção extra de leite não compensa a ração extra de que esses animais precisam.

Em outras palavras, as vacas com um alto consumo de ração são na verdade produtores menos eficientes.

Nas palavras do professor, a ração extra que os bovinos consomem é parcialmente desviada para outras funções além da produção de leite.

Uma explicação (parcial) para esta conclusão é que as vacas com um alto consumo de ração têm um peso corporal maior e, portanto, precisam de mais alimento para manutenção.

Entretanto, parece haver uma correlação genética claramente adversa entre a capacidade extra de consumo de ração e o alimento não ingerido.

A capacidade de ingestão de ração reduz a eficiência alimentar, mas o inverso também é verdade: a eficiência alimentar reduz a capacidade de ingestão de ração”, explica Veerkamp.

O especialista afirma que isso pode parecer desfavorável, mas não. Ele explica que não é desvantagem ter vacas em seu rebanho que comem menos, desde que o alimento que elas comem seja eficientemente convertido em produção de leite.

Conclusões

Em linhas gerais, a maior capacidade de ingestão de ração reduz a eficiência alimentar e, por outro lado, uma maior eficiência alimentar significa uma menor capacidade de ingestão de ração.

Para finalizar, uma alta eficiência alimentar está diretamente ligada a uma melhor utilização das forragens.

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Nós nos vemos em breve!