Características de crescimento em gado de corte

Categoria: Melhoramento
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Que os diferentes biomas e sistemas de produção no Brasil podem impactar o seu gado de corte, isso você já sabe. Mas o que nem todo mundo comenta é o que fazer com essa informação.

Antes de tudo, é necessária uma análise do tamanho dos animais produzidos com o objetivo de maximizar a eficiência do rebanho de corte, uma vez que, em ambientes livres de estresse e com boa oferta de alimentos, os animais de maior porte podem ser mais rentáveis.

No entanto, onde há escassez de alimentos e situações de estresse, animais mais rústicos e de tamanho médio poderão proporcionar melhores resultados.

A boa de hoje é que existe um critério de seleção para o controle do tamanho dos animais, e você confere quais características são essas neste conteúdo.

A importância do biótipo das vacas de corte

Com a alta nos custos de produção e queda dos lucros na pecuária brasileira, o tamanho adulto das fêmeas na bovinocultura de corte tem gerado discussões quanto a seus efeitos nos sistemas de produção.

De maneira geral, diferentes biótipos das vacas envolvem mudanças no custo de mantença, taxa de maturidade, eficiência reprodutiva e também na eficiência econômica do rebanho.

Atualmente, a seleção dos animais tem sido baseada somente no peso corporal e ganho de peso dos indivíduos em idades pré-determinadas, o que tem resultado em animais de maior porte em função da correlação genética positiva existente entre tais pesos e o peso adulto do animal.

Para rebanhos de cortes comerciais que não desejam reter as fêmeas, isso é visto com bons olhos, já que touros selecionados para maiores pesos e ganhos de peso resultarão em progênies que entregarão maior desempenho produtivo.

Já em sistemas nos quais há retenção das fêmeas para reprodução, para o controle do tamanho das fêmeas do rebanho de corte, a informação do peso adulto deve ser incluída nos índices de seleção.

No entanto, o que vemos é que há carência de dados de peso dos animais após os dois anos de idade e de estudos sobre as correlações dos pesos e ganhos de peso com o peso adulto em raças zebuínas no Brasil.

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Como a altura dos animais pode impactar o rebanho de corte?

Ainda pensando em crescimento, a altura é outra característica que poderia ser considerada como critério de seleção para o controle do tamanho dos animais.

Isso porque a sua mensuração é fácil e apresenta menores variações de ambiente, revelando mais adequadamente o tamanho corporal quando comparada à medida de peso vivo do animal.

Mas, para melhorar a eficiência da seleção dos animais para crescimento, é fundamental a avaliação conjunta destas características.

Assim, haverá a possibilidade da seleção de indivíduos mais leves ao nascimento e na idade adulta e mais pesados ao sobreano, o que é desejado pelo mercado, além de diminuir problemas com partos distócicos devido ao peso elevado do bezerro ao nascer, e também reduzir custos com a mantença das vacas.

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O peso corporal como critério de seleção

De maneira semelhante à altura, o peso corporal é considerado uma medida de fácil mensuração para seleção de gado de corte, uma vez que apresenta herdabilidades moderadas, resulta em ganhos genéticos expressivos ao longo das gerações e está diretamente relacionado à produção de carne.

É por essas e outras que o peso corporal é o principal critério de seleção adotado nos programas de melhoramento de gado de corte.

Porém, a seleção apenas com base nesta informação pode levar a animais de maior porte, uma vez que os pesos, tomados em diferentes idades, apresentam correlação genética positiva com peso adulto, não sendo o critério mais
adequado aos sistemas de criação extensivos utilizados no Brasil.

As pesagens consideradas pelos programas de melhoramento são utilizadas ou ajustadas em idades pré-determinadas como, por exemplo, nascimento, desmama, sobreano, uma vez que as mensurações realizadas nas propriedades não são, necessariamente, obtidas no mesmo dia.

Com isso, caso haja registros de pesos fora destas idades, os mesmos são excluídos e as informações perdidas, o que pode levar à diminuição da precisão das avaliações.

Geralmente, o crescimento se dá por uma curva sigmoide, onde há variação de acordo com a idade até a taxa de crescimento atingir um platô, quando o indivíduo é considerado maduro, ou adulto.

Nessa curva pode ser observada a eficiência em crescimento, com animais mais precoces atingindo o platô mais rapidamente e animais tardios que demoram mais para atingir a maturidade.

Podemos concluir que é extremamente importante o monitoramento constante do tamanho dos animais do rebanho de corte, em todas as fases, para identificação de animais mais precoces para que se faça uma seleção mais eficiente ao sistema produtivo adotado na propriedade.

Esperamos que você tenha gostado do conteúdo de hoje.

Até mais!