BLIRD é um defeito genético recém-descoberto na raça Holandesa. Animais que carregam o alelo responsável pelo BLIRD têm um distúrbio no sistema imunológico do trato gastrointestinal. Os portadores de BLIRD são menos resistentes a parasitas e a outros patógenos. De acordo com pesquisadores franceses, quando manifestado o gene haverá, em média, 27% de deficiência no crescimento, o aumento de 10% em mortalidade e a intensificação de descarte. Animais que apenas transportam o BLIRD, ou seja, não o têm em forma alélica recessiva, não são afetados.
Novo defeito genético BLIRD, o que preciso saber?
Em agosto de 2022, o Studbook francês “Prim’Holstein” reportou a descoberta de um novo defeito genético na raça Holandesa. O defeito recebeu a sigla BLIRD.
Com isso, a CRV investigou a presença do BLIRD na população de bovinos da Holanda e Bélgica. Devido a testes de marcadores realizados em 2014, foi possível detectar retroativamente o BLIRD em 433.000 animais.
Para trazer maior segurança à nossa equipe e consequentemente aos nossos clientes, a seguir trazemos algumas perguntas e respostas sobre o BLIRD.
O QUE É BLIRD?
DE ONDE VEM O BLIRD?
BLIRD provavelmente originou-se através de uma mudança espontânea no genoma animal bovino. Os pesquisadores franceses identificaram o touro Bell Elton como a origem da mutação. Ele ganhou visibilidade por meio do seu neto O Man, portador do gene BLIRD.
QUÃO É DIFUNDIDO O BLIRD?
A pesquisa da CRV mostra que, na Holanda e na Bélgica, em torno de 0,3% da população bovina holandesa sofre com o BLIRD, indicando que os portadores herdaram o gene deletério dos pais. Mais de 11,5% dos animais que foram testados foram identificados como portadores do defeito genético. De acordo com os pesquisadores, após um pico no número de portadores nascidos em 2012, a porcentagem de portadores de BLIRD diminuiu em torno de 8% entre os animais nascidos em 2022. O grande número de animais em 2012 deve-se ao uso frequente do touro O Man.
COMO RECONHECER ANIMAIS PORTADORES DO BLIRD?
A partir de agora, a CRV inclui no teste de marcadores o gene BLIRD e os resultados são registrados no nosso banco de dados. Os animais que deram negativo para BLIRD terão a abreviação LR- após seu nome. Animais que são testados positivo para BLIRD pode ser reconhecido pela abreviação LR+. Os animais que só carregam um gene terão a codificação LR* depois de seu nome. Se os animais não tiverem nenhuma destas três codificações após seus nomes, eles não foram testados e, portanto, seu status BLIRD é desconhecido.
COMO OS PRODUTORES DE LEITE PODEM EVITAR PROBLEMAS COM O BLIRD?
A exclusão dos portadores de BLIRD do programa de melhoramento não é necessária. Os produtores podem facilmente evitar problemas com BLIRD, evitando o acasalamento entre (potenciais) portadores de BLIRD. Afinal, os animais só podem sofrer deste defeito se herdarem o alelo para este gene tanto de seu pai como de sua mãe. O programa de acasalamento SireMatch é uma ferramenta útil para evitar o risco. Assim, a descoberta deste defeito genético pode ser um motivo para que os produtores utilizem o programa de acasalamento. Atualmente, estão em andamento trabalhos para acrescentar o BLIRD aos programas. Essa modificação será feita no SireMatch a curto prazo. Com a ajuda de testes de marcadores, os produtores de leite podem identificar com certeza os portadores do BLIRD dentro de seu rebanho. No HerdOptimizer, é possível identificar o status BLIRD dos animais que foram genotipados. É claro que o produtor pode eliminar qualquer risco ao não usar touros que são portadores ou cujo status BLIRD é desconhecido.
COMO O PRODUTOR PODE IDENTIFICAR QUAIS DOS SEUS ANIMAIS SÃO PORTADORES DE BLIRD?
A BLIRD está incluída nos testes de marcadores da CRV. Para alguns dos animais, foi comprovado que é possível determinar retroativamente se eles são portadores de BLIRD. Essa informação é automaticamente vinculada aos dados do animal no IRIS, de modo que a informação também seja visível para o produtor (por exemplo no CRV Animal) e incluída automaticamente no HerdOptimizer e SAP/SireMatch.
O BLIRD É RESULTADO DA CONSANGUINIDADE?
Não, o BLIRD é provavelmente um defeito genético que surge espontaneamente e não do resultado da consanguinidade.
O BLIRD É RESULTADO DA SELEÇÃO GENÔMICA?
Não, a genotipagem não altera a predisposição genética de um animal, ela simplesmente a registra. Na verdade, a genotipagem é uma ferramenta muito útil para a detecção precoce de defeitos genéticos. No passado, os problemas com defeitos genéticos eram reconhecidos apenas com o nascimento de bezerros. Atualmente, através da genotipagem os defeitos genéticos são identificados rapidamente, de modo que os danos podem ser evitados.
NO FUTURO, HAVERÁ MAIS PROBLEMAS GENÉTICOS?
Sem dúvida. O material genético bovino consiste em dezenas de milhares de genes, e ocasionalmente algo pode dar errado durante a divisão celular, resultando em um gene mutante. Um número muito pequeno dessas mutações leva a um defeito genético. Algumas delas, sem dúvida, estarão presentes em cada raça bovina. E novas também surgirão. Quanto mais insights obtivermos, através da pesquisa genômica, maior a probabilidade de detectarmos esses defeitos rapidamente e sermos capazes de agir.
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